06 April 2006

Dôr


Que sentimento louco este …
Uma agrura imensurável, um ardor descomunal,
Entranhante e entranhado,
Como que um eterno Mal.

Que terrível agonia ..
Uma tristeza profunda, sentida,
Intensa, inexplicável, insuportável,
Em desacordo com a Vida.

Uma laxante dôr ..
Que nos alivía, nos acalma,
Luxuriante, acuta
Invade-nos a Alma.

Berro e não sai som,
Grito e ninguem me ouve,
Choro sem verter lágrimas,
... como num pranto precoce.


Sonho ... espero ... rogo!


Pelo chicote apaziguador,
Pela tortura serena,
Pela Dôr que não se vê
... na minha humilhação suprema.


4 comments:

Miss Libido said...

Quem suporta o chicote sabe que a vida é um Dominador implacável, e que quando ele tomba, cai com ele a venda da ilusão! Um reencontro entre ser e estar apenas. Um renascer em cada lágrima salagada aninhada na garganta. Uma grilheta fantasma na alma, que se arrasta com a nossa mao nua contra o chão.

Adorei o poema como te adoro :)

* Eva

Maitresse Skydomme said...

O pedido...a humilhaçao...o grito...
doces pecados...A pertença, ser meu, ser teu, sermos...eu, tu , nos...
Dor-Amor...
Amor é fogo que arde sem se ver...
Dor é amor a quem sentimos pertencer...
como te digo...nunca tive jeito com palavras... limito me a sentir...e aki sinto te...

Maitresse Skydomme said...

O eu -myself, o tu-o outro..nos-o mundo...
todos procuramos dar um berro que rasgue os limites do ceu e nos apresente um outro mundo do outro lado...onde o prazer seja maxima, e a dor o maximo...

bound[PL] said...

sim, mto lindo este teu poema.. até a imagem linda parece ter sido escolhida a dedo!;)

Parabens pelo blog;)